Sonhando
Malditos sonhos. Não há noite em que não sonhe. Até aqui tudo bem.O que eu quero realmente dizer é que não há manhã em que não me lembre do que sonhei. Não raras vezes, acordo a meio da noite, em pleno sonho, e a passagem da imaginação para a realidade nem sempre é feita da melhor maneira (há testemunhas disso).
Mas sonhar, ao contrário do que se diz, nem sempre é bom.
Numa manhã recente acordei e lembrei-me do que tinha sonhado. Tinha sido um bom sonho, que me deixou com uma sensação de conforto e segurança que não sinto normalmente.
Mas hoje foi diferente. Velhos fantasmas apareceram e trouxeram com eles detalhes recalcados, situações esquecidas convenientemente distorcidas pelo sub-consciente, elemento capaz de hiperbolizar o que de pior cada coisa tem. Trouxeram angústia e medo (um dia hei de falar do medo. Cada vez mais consigo delinear os meus medos, o que me parece um exercício estupidamente masoquista, porque obriga à construção de cenários, à suposição de emoções. Aconselho!). Perturbaram-me o suficiente para não voltar a dormir descansado.
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