Vizinhos

A Caroxa (com X, porque todos temos direito a ser únicos), essa grande querida, montou casa na blogosfera. Trata-se, portanto, de mais uma aquisição para o seu vasto património imobiliário, onde consta a casa que marcou Verões passados. Todos nos lembramos onde estávamos a 11 de Setembro de 2001. Eu lembro-me também onde estava a 12 : dentro de água, com a televisão no jardim, os folhados que outra grande querida insistiu que fossem feitos a torrar ao Sol, nós os três atentos ao que se passava pelo Mundo.

Nada de novo, afinal todos o fazemos, Caroxa refugia-se do mundo aqui na blogosfera. Sê bem-vinda. E é para ti, especialmente para ti, que Sophia hoje fala:

Depois da cinza morta destes dias,

Quando o vazio branco destas noites

Se gastar, quando a névoa deste instante

Sem forma, sem imagem, sem caminhos,

Se dissolver, cumprindo o seu tormento,

A eterra emergirá pura do mar

De lágrimas sem fim onde me invento.

Sophia de Mello Breyner