sexta-feira, novembro 24, 2006

Chama-lhe desculpa...

Disse-te no carro que, nos tempos que correm, não conseguia aguentar outra vida que não a minha. Menti. A ti e a mim. Por mais voltas que este mundo dê, por mais fundo que seja o buraco onde um de nós caíu, é certo e por nós sabido que, olhando para o lado, o outro estará lá. Dir-se-á, possivelmente, que estando ambos lá em baixo, a ajuda não pode ser muita. Discordo. Dos buracos que cada um escava, ou que neles cai involuntariamente, é sua responsabilidade de lá sair. Não posso controlar a tua vida: já te disse, várias vezes, que se pudesse tudo seria diferente. Mas posso, e tu sabes, fazer-te companhia, caminhar lado a lado e, se for caso disso, ajudar-te a construir a escada, degrau a degrau, que te levará onde só tu sabes.