Paris
Na nossa televisão, ainda não houve quem fizesse o necessário paralelismo entre o que se passa em França e o que se pode estar a fermentar no nosso país. Limitamo-nos a assistir à habitual sucessão de números, sem um acompanhamento explicativo.
Análises políticas à parte (Sarkozy parece querer ocupar o lugar de Le Pen), não é difícil perceber que é o desespero o motivador destes confrontos, e esse desespero existe também em Portugal. São pessoas que a França (e Portugal) acolheu, sem ter condições para isso. Pessoas acolhidas para realizar o trabalho que os franceses (e os portugueses) não querem realizar, colocados ao fim do dia em caixas de betão numa periferia sem qualquer tipo de dinâmica de cidade.
Não indo tão longe como o deputado Teixeira Lopes(BE), que chega mesmo a culpabilizar a privatização de serviços pelo que acontece em França, nem tão pouco partilhando da sua opinião sobre a superior degradação dos nossos subúrbios quando comparados com os franceses, acredito que mais tarde ou mais cedo instabilidades possam acontecer nas envolventes de Lisboa ou Porto. Não conheço a realidade desses bairros, mas por depoimentos vários se percebe que as pessoas se sentem desamparadas e descrentes num sistema providencial (o nosso bom welfare) que falhou por completo.
Análises políticas à parte (Sarkozy parece querer ocupar o lugar de Le Pen), não é difícil perceber que é o desespero o motivador destes confrontos, e esse desespero existe também em Portugal. São pessoas que a França (e Portugal) acolheu, sem ter condições para isso. Pessoas acolhidas para realizar o trabalho que os franceses (e os portugueses) não querem realizar, colocados ao fim do dia em caixas de betão numa periferia sem qualquer tipo de dinâmica de cidade.
Não indo tão longe como o deputado Teixeira Lopes(BE), que chega mesmo a culpabilizar a privatização de serviços pelo que acontece em França, nem tão pouco partilhando da sua opinião sobre a superior degradação dos nossos subúrbios quando comparados com os franceses, acredito que mais tarde ou mais cedo instabilidades possam acontecer nas envolventes de Lisboa ou Porto. Não conheço a realidade desses bairros, mas por depoimentos vários se percebe que as pessoas se sentem desamparadas e descrentes num sistema providencial (o nosso bom welfare) que falhou por completo.
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