quinta-feira, abril 27, 2006

Diz Maria Lua:
"(...)dei de caras com Richard Quest, enquanto me passeava pela Oxford Street.(...)"

Diz Little_Alien:
E eu que me cruzei com ele em Convent Garden faz dois anos? Não me alterou propriamente as hormonas, mas não podia dispensar este momento de partilha.

terça-feira, abril 25, 2006

Hoje e sempre

Esta Casa precisa de arrumações, mudanças e actualizações, mas o tempo está escasso e a paciência, essa, é inexistente.
Mas o dia de hoje (prestes a ser o de ontem) obriga-me a escrever aqui qualquer coisa.
Acredito que se comemora hoje o que de mais parecido temos com uma re-fundação do País. Não acho que foi tudo um mar de rosas (ou cravos), nem tão pouco que possamos falar de uma revolução sem sangue. Ao sangue que até então tinha sido derramado naquela guerra que não apresentava quaisquer vencedores nos tempos mais próximos, há que juntar o sangue suor e lágrimas (um pouco de populismo só fica bem em qualquer texto que refira a revolução) daqueles que tudo perderam: daqueles que vieram para Portugal sem nada, e daqueles que de cá tiveram de fugir quando os seus negócios e terrenos foram nacionalizados.
Não acho, também, que o caminho pelo qual o País foi depois levado tenha sido o mais indicado. Acima de tudo, acho que houve uma grande parte da geração que me antecedeu que falhou em cumprir aquilo a que se tinha proposto. Os amanhãs não cantaram, e isso vê-se nos dias de hoje.
As coisas não estão bem, e poucos acreditam no dia de amanhã. Porém, estamos melhor, muito melhor, do que estávamos a 23 de Abril. Hoje somos todos democraticamente iguais, filhos da mesma Nação (uma das ideias que se foi, subtilmente, eliminando), e cada um tem os direitos que lhe compete. Três conquistas que fazem do dia de hoje, um dia de comemoração (com cravo, sr. Presidente, sempre com cravo, porque o povo gosta é de símbolos).

segunda-feira, abril 17, 2006

O Sono

O sono que desce sobre mim,
O sono mental que desce fisicamente sobre mim,
O sono universal que desce individualmente sobre mim —
Esse sono
Parecerá aos outros o sono de dormir,
O sono da vontade de dormir,
O sono de ser sono.
Mas é mais, mais de dentro, mais de cima:
É o sono da soma de todas as desilusões,
É o sono da síntese de todas as desesperanças,
É o sono de haver mundo comigo lá dentro
Sem que eu houvesse contribuído em nada para isso.

O sono que desce sobre mim
É contudo como todos os sonos.
O cansaço tem ao menos brandura,
O abatimento tem ao menos sossego,
A rendição é ao menos o fim do esforço,
O fim é ao menos o já não haver que esperar.

Há um som de abrir uma janela,
Viro indiferente a cabeça para a esquerda
Por sobre o ombro que a sente,
Olho pela janela entreaberta:
A rapariga do segundo andar de defronte
Debruça-se com os olhos azuis à procura de alguém.
De quem?,
Pergunta a minha indiferença.
E tudo isso é sono. Meu Deus, tanto sono! …

Álvaro de Campos

Poema a Boca Fechada

Não direi:
Que o silêncio me sufoca e amordaça.
Calado estou, calado ficarei
Pois que a língua que falo é doutra raça.

Palavras consumidas se acumulam
Se represam, cisterna de águas mortas,
Ácidas mágoas em limos transformadas,
Vasa de fundo em que há raízes tortas.

Não direi:
Que nem sequer o esforço de as dizer merecem,
Palavras que não digam quanto sei
Neste retiro em me não conhecem.

Nem só lodos a se arrastam, nem só lamas,
Nem só animais bóiam, mortos, medos,
Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam
No negro poço de onde sobem dedos.

Só direi,
Crispadamente recolhido e mudo,
Que quem se cala quanto me calei,
Não poderá morrer sem dizer tudo.

José Saramago, Os Poemas Possíveis

sábado, abril 15, 2006

Leitura aconselhada

sexta-feira, abril 14, 2006


Foram precisos 80 anos, mas o Winnie teve, finalmente, direito à sua estrela no passeio de Hollywood. Achei importante partilhar isto nesta Casa.

quarta-feira, abril 12, 2006

Na Sic generalista começa Commander In Chief (daqui a uns dias volta a ser transmitido no People and Arts). Amanhã, a segunda época começa a ser transmitida nos EUA.
Na 2:, onde começou a semana passada a última época de Six Feet Under, estreia dentro de 15 dias Supernatural.
Nesta Casa, é só informação, só informação...
Ainda em relação à divulgação dos episódios via internet, depois de serem transmitidos na TV, parece que se manterá a publicidade como forma de sustentação desta iniciativa. Os ficheiros de vídeo terão um mecanismo que impedirá o fast-forward para ignorar os anúncios... Espertos, os senhores...
Parece que as nossas televisões lá vão aderindo a séries minimamente recentes. Estreia hoje na Sic Radical Life As We Know It (às 22 horas). É mais um programa sobre a vida de um grupo de teenagers inconscientes... A grande surpresa: a filha de Ozzy Osbourne, Kelly, que se vai apurando ao longo dos episódios.

terça-feira, abril 11, 2006

Esta notícia já tem algum tempo, mas só este fim de semana, ao ler a entrevista de Joana Amaral Dias à Única, fiquei a saber da sua existência.
Portugal Diário
Mão amiga fez-me chegar a notícia, e nada como partilhá-la.
A ABC vai passar disponibilizar os episódios de Commander in Chief, Lost, Desperate Housewives e Alias para download no seu site, no dia seguinte à transmissão. Grátis como convém.
Tivesse eu esse poder, e declarava aberta a época balnear. Hoje foi o primeiro dia oficial de praia comme il faut, que é como quem diz, com direito a banho e a bronzeado!

sábado, abril 08, 2006

AbFab

Óptima notícia. Quem não se lembra de Absolutely Fabulous?! Quem? Claro que todos nos lembramos. Ora soube-se esta semana que Joanna Lumley (Patsy na dita série) e Jennifer Saunders (Edina) preparam um novo programa desta vez juntamente com Dawn French (protagonista, entre outras, de A Vigária de Dibley). O único problema no meio disto tudo é a data de estreia: algures lá para 2007. Esperemos, então...
É a angústia por acabar o dia sem perceber bem que este passou, e que o de amanhã não será mais que uma recordação de hoje.
É não saber o que pensar e, ao mesmo tempo, não acreditar que não é preciso saber mas somente pensar.

Angústia

Tortura do pensar!
Triste lamento!
Quem nos dera calar a tua voz!
Quem nos dera cá dentro, muito a sós,
Estrangular a hidra num momento!

E não se quer pensar!... e o pensamento
Sempre a morder-nos bem, dentro de nós...
Querer apagar no céu - ó sonho atroz! -
O brilho duma estrela com o vento!...

E não se apaga, não... nada se apaga!
Vem sempre rastejando como a vaga...
Vem sempre perguntando: "O que te resta?..."

Ah! não ser mais que o vago, o infinito!
Ser pedaço de gelo, ser granito,
Ser rugido de tigre na floresta!

Florbela Espanca

sexta-feira, abril 07, 2006

Eva from space

A revista norte-americana Maxim encontrou uma forma, no mínimo, diferente de comemorar a sua 100ª edição. Ao longo de 15 horas foi montada uma réplica da próxima edição da revista no deserto de Nevada, ali às portas de Las Vegas. A montagem tem umas dimensões tais que poderá ser apreciada do espaço. Nos próximos tempos, teremos Eva Longoria a dar as boas-vindas a qualquer ser de outro planeta que nos decida visitar. E como eu não quero que falte nada nesta Casa repleta de tecnologia, aqui está o link para visualizar a simpática Eva via Google Earth.

quinta-feira, abril 06, 2006

Estigma

Filhos dum deus selvagem e secreto
E cobertos de lama, caminhamos
Por cidades,
Por nuvens
E desertos.
Ao vento semeamos o que os homens não querem.
Ao vento arremessamos as verdades que doem
E as palavras que ferem.
Da noite que nos gera, e nós amamos,
Só os astros trazemos.
A treva ficou onde
Todos guardamos a certeza oculta
Do que nós não dizemos,
Mas que somos.

Ary dos Santos

quarta-feira, abril 05, 2006

A vontade para passar por aqui e escrever alguma coisa não tem sido muita, mas hoje era impossível não trazer a boa nova. Depois de largos dias de ausência, Maria Lua volta à blogosfera e com o ego devida e merecidamente insuflado! Parabéns!

sábado, abril 01, 2006

E no fim, mais do que um olhar, precisamos que alguém nos veja.